Cada vez gosto mais das Pombas

a história é esta: ia eu e o alex (companheiro de rotina), entrando pelo largo do romal, lá pelas seis e meia da tarde, fim de verão, quando este, se lembra de q ainda não havia conseguido chutar um pombo mesmo a jeito desde q frequentava esta baixa. Levanta o queixo dum modo de desafio meio inquistor e olha para mim, fazendo-me sinal para o meio do romal, onde “pastavam” um bando (ou lá como se chamará um grupo destes bichos) de pombos e diz-me:

-É hoje..

-Pago-te uma se gostar de ver.. -respondo-lhe

-Até te dou a escolher.. –dá-me de resposta pronta

Eu ,para o lixar, costumo bater o pé na calçada pa afungentar os pombos, quando ele aparenta insistir no tal chuto de glória.O gajo fica lixado…às vezes bem lixado, mas desta vez achei q já tinha perdido, se calhar, boas histórias e arrisquei deixando-me estar quieto…

Não estava ninguém cá fora no largo, o alex vira-se de pegas a eles, e em três ou quatro passadas, manda um chuto num, coisa só mesmo vista, o pombo levanta pouco mais de um metro e meio , num angulo lindo, a rasgar o ar, curva à esquerda e cai mesmo à entrada das escancaradas portas de “western” da taberna do Vilela..

Viramo-nos um para o outro com ar de euforia…

-Porra! -digo-lhe

-Viste a cena??!! – responde-me o alex com um ar rejuvenecido

-Sê vi??! –Vi a cena toda, que ângulo, que brutal remate… - disse

-Eh pá, apanhei-o mesmo todo encaixado no peito do pé…encheu-me mesmo o peito do pé pá… -disse alex

O pombo, passados uns 10 segundos, levantou-se e em completo zig-zag, deu pra aí uns 6 ou 7 passos em frente e morreu ali mesmo, a 2 passos do balcão…

-Pá!! É um sinal…temos q lá ir beber uma, porra… pago eu!!! – disse-lhe em tom quase delirante

-Isso é q é preciso ouvir, vamos lá ver como ficou o gajo, é bem capaz de ter morrido.. respondeu-me alex